top of page

Estudo mostra que o aumento do valor do Bolsa Família enfraqueceu a procura por emprego

  • Foto do escritor: Jane Silva
    Jane Silva
  • 26 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

O pesquisador explica que a metodologia proposta visa examinar o impacto da expansão das transferências de renda sobre a participação na força de trabalho em diversas áreas geográficas do Brasil.

A expansão dos benefícios do programa Bolsa Família nos últimos anos desencorajou a busca de emprego, especialmente em segmentos tidos como mais vulneráveis. A conclusão é de um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Mulheres, jovens e trabalhadores de baixa qualificação, principalmente das regiões Norte e Nordeste do país, são os mais suscetíveis a essa influência do programa.




“Um dos maiores determinantes da oferta de trabalho são os programas sociais. Esses programas fornecem o apoio necessário para que as pessoas superem alguns obstáculos, como a falta de qualificação ou recursos para buscar emprego, mas também podem desincentivar a busca ativa por trabalho, especialmente quando os benefícios da assistência superam os do emprego remunerado”, afirma o estudo.

Elaborado por Daniel Duque, mestre em ciências econômicas na UFRJ e pesquisador do FGV Ibre na área de mercado de trabalho, o estudo usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O pesquisador explica que a metodologia proposta visa examinar o impacto da expansão das transferências de renda sobre a participação na força de trabalho em diversas áreas geográficas do Brasil. Duque argumenta que, ao contrário de estudos anteriores sobre o tema, sua investigação “busca aplicar uma estratégia de identificação causal para explorar essas dimensões”.


São utilizados dados de 2019, 2022 e 2023. No ano anterior à pandemia, o efeito do cruzamento dos dados entre o recebimento do auxílio e a participação no mercado de trabalho é praticamente nulo. Ou seja, o recebimento dos repasses não impactava a relação dos beneficiários com o mercado de trabalho.

Os resultados mostram que a expansão do Bolsa Família tem tido impactos significativos e contínuos no mercado de trabalho, com efeitos especialmente marcantes entre os segmentos mais vulneráveis da população. Estes grupos, que incluem jovens, mulheres e trabalhadores de baixa qualificação, mostram-se mais suscetíveis às dinâmicas influenciadas pelo programa social, sugerindo que o Bolsa Família não apenas alivia a pobreza, mas também reduz a oferta de trabalho desses grupos", aponta Duque.


Desestímulo à participação no mercado de trabalho é maior no Norte e Nordeste

O estudo revela que esses efeitos – de desestímulo à participação no mercado de trabalho – predominam nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e evidenciam uma influência marcante entre jovens, mulheres e trabalhadores de baixa qualificação.

Comments


bottom of page